Dos Arcanos Maiores, parte I
O Mago
No casebre de pedra singela
Da lareira a fumaça em cores
Vulto vejo passar na janela
Induzindo-me a criar temores
E o guerreiro ali destemido
Cambaleia em tal direção
A entrar na cabana perdida
Procurando salvar-se em vão
Sua fé já não é mais a mesma
Os seus ídolos jazem quebrados
Convicções que tinha já partidas
Incluso seu pique já enferrujado
A armadura desfaz-se em minutos
A ferrugem em pó é soprada
Da cabana por macabro vento
Uivando da porta semi-encostada
Ao entrar o piqueiro despido
Pela porta em cabana largada
O calor da lareira aprochega
A pobre alma da dor assolada
E se joga entao o guerreiro
Em tapete de pele de urso
Nao percebe detrás de uma uma mesa
Que há um jovem fitando-lhe escuso
Sobre a mesa vistosa espada
Ao seu lado vazia uma taça
Segurando moeda e galho
Um jovem maia sorri-me com graça
"Vejo Morte que trouxe-me amigo
Mas cumpriste já esta caminhada
Onde andas há muito perigo
Na do treze, a Morte, jornada
Eu enquanto um, o Mago aqui crio
Aqui abro, começo o evento
Inicio jornada, desperto
Manifesto, ativo, movimento
Ao piqueiro é dada acolhida
E o descanso que a alma precisa
Quando então estiver calma plena
Verá ele a estrada a ser escolhida
Quanto a ti nobre Morte o caminho
É retomar tudo então novamente
E aqui no um, o Mago encontraste
O primeiro elo da tua corrente
Então sabes que o próximo passo
No caminho que tu idealiza
Nas colunas do templo de artemis
O Arcano dois, A Sacerdotisa"
Pois a minha jornada é distante.
Pois a minha jornada é tão bela.
Eternos passos em busca da Vida.
Colecionando mais uma ferida.
A cada dia em que busco por Ela.