quinta-feira, abril 16, 2009

(Single) O Soldado Desconhecido II





Em passado não muito distante
Me recordo de velha história
Dolorosa e fascinante
Cansativa, cruel e inglória

Um passado repleto de guerras
combatendo inimigo hostil
Arrasado vagando por terras
Sozinho, insano e febril

Me recordo onde sangrento
Combalido me quedei
E ante o solo poeirento
Só que estava então chorei

Lutando, atirando, correndo
Me erguendo e após caindo
Ferindo, ferido, morrendo
Doente e cego fugindo

Ó inimigo implacável
Odioso, vil, cruel
Avançando incontestável
Em meu bunker de papel

Inimigo inconsequente
Da pura ira o portador
Esmagando-me insolente
Em sua marcha de terror

E após todo esse tempo
Ele insiste em retornar
Para que cruel novamente
Vil, brutal, indolente
Insensível, inclemente
Recomece o atacar.

Mas apesar do que ocorreu
Descobri que o real inimigo
Na verdade era só eu.



Do corte o sangue ainda escoa
A cicatriz ainda dói
A mentira dita ainda soa
E como ácido, corrói

Mesmo nessa descoberta
Não quer dizer que haja perdão
Pois há ferida ainda aberta
Dentro do meu coração