domingo, junho 17, 2007

Os Campos Minados da Ira, parte II



Chego a costa do oceano
Entre combates se travando
Explosões vindas do mar
Até a terra abalando

Pobres soldados aturdidos
Pela explosão ao ar lançados
Quedando em mortos e feridos
Tornam a lutar encarniçados

O mar tingido pelo sangue
De um vermelho cor carmim
As ondas fortes e bravias
Lançam espadas sobre mim

Com golpe hábil me desvio
De foice ataco sete espadas
Então em ar elas flutuam
Por sete fantasmas empunhadas

"Sei o que buscas, pobre Morte
Nosso dever é advertir
Somos fantasmas de ti mesmo
Vindo aqui te impedir"


Um dos fantasmas do passado
Toma a frente a atacar
Com o sorriso em tom amargo
Começa a se transformar

Morena alta e esguia
Olhos puxados, torso nu
Lábios vermelhos, cabelos longos
Rosto exótico de hindu

Vestindo sari ela avança
Atacando-me feroz
As outras almas se dispersam
Deixando gargalhadas demoníacas
A ecoar de forma atroz

Outra explosão de bombardeio
A pique vai mais uma nau
A combater no devaneio
Do sonho amargo de receio
Dos que combatem pelo mal

Balas uivando pelos ares
Ao explodirem a terra treme
Entre esse global tiroteio
Eu e o fantasma frente a frente

Armas travadas, olho a olho
O descarnado e o castanho
Singelos traços, lindo rosto
Ainda que sorriso estranho

De segundos por breve fração
Me transporto a velhos tempos
Perdido em outra ilusão
Eu a afasto por momentos

Pois meu intento é prosseguir
Com minha Jornada pessoal
Nada conseguirá deter-me
E o acerto golpe brutal

O fantasma voa alguns metros
E cai ao chão embasbacado
Se disfarçando de amores
Nunca pensou ser atacado

A raiva flui por minhas veias
E o arremesso sobre escombros
Ante o golpe de misericórdia
Estoura um tiro em meu ombro

A dor extrema me acorda
E vejo nobre mosqueteiro
Eu de joelhos, dor aguda
Ele mirando-me certeiro

A raiva me tornou igual
Aos que combatem nessa terra
A raiva instinto animal
É só o que move essa guerra

O mosqueteiro então retorna
Para o combate ao seu redor
Apenas deu-me seu alarde
Para que depois não seja tarde
Para tentar ser meu melhor

A indiana então levanta
Suja, ferida, empoeirada
Com mais um golpe a arremesso
A uma caverna desolada

“Aí está, pobre fantasma
Seu destino é permanecer
Eternamente acorrentado
Pelos grilhões do esquecer

Até que termine meu caminho
Ficarás em tal caverna
Apenas sinto lhe dizer
Que minha jornada é Eterna

E que por ti não mais desprendo
Nem fração de meu carinho.
Então verás, pobre fantasma
A dor que é lutar sozinho”




Pois a minha jornada é distante.
Pois a minha jornada é tão bela.
Eternos passos em busca da Vida.
Colecionando mais uma ferida.
A cada dia em que busco por Ela.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Achei muito bom, cara...
Não entendo nada de poesia, mas como leitor, gostei bastante. O final dessa segunda parte II, diria eu, é comovente, quebrando com todo o clima narrado antes...

Pelo menos foi o q entendi.. :)
Lerei os outros.
Abraço!

3:17 PM  
Anonymous Anônimo said...

...meu querido amigo...
peço-lhe desculpas a todo mal que eu possa ter lhe causado (mesmo sem intenção de tal)...
agradeço-lhe por tudo... e por meus olhos abrir...
NOSSA jornada é Eterna sim (não só a sua)... mesmo que queiras q alguns se afastem, contigo sempre estarão presentes, mesmo que como "fantasmas do passado"...
outros ainda como fantasmas que insistem em "vibrar" a teu favor...

8:44 PM  

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