quinta-feira, junho 07, 2007

Da Jornada Eterna, parte III



De repente em encruzilhada
Após passar os jardins da saudade
De um lado os Campos da Ira
Do outro Charcos de Insanidade

Pois em tal terra amaldiçoada
Onde até o sol é diferente
Não sei se é o próprio Inferno de Dante
Ou se é só o lado Negro da gente

De um lado batalhas atrozes
E do outro podridão total
Guerras encarniçadas, ferozes
E no outro só um lamaçal

Antes de decidir um caminho
Para o charco começo a olhar
Vendo vulto vagando sozinho
Me aproximo para investigar

Procurando minha Vida, me encontro
Face triste, sangrenta, impassível
Assim feito ao longo dos anos
Pelo emocional irrascível

O pior tipo de dor é da alma
Confrontando o espelho cruel
Que percebe que o eu de verdade
Sempre fora tigre de papel

Vejo a Morte constante crescendo
Sem Vida ver, sem constatar
Nem montanhas à primeira vista
Para tentar me reestruturar

A jornada do 12 completa
Trecho vil, doloroso e imundo
Enforcado por vezes diversas
Por tentar encontrar o meu Mundo

Agora estando no 13, A Morte
Carta de simbolismo complexo
Versa sobre a Morte do côncavo
Para que possa nascer o convexo

Sinto uma escuridão mais presente
Quando olho mais fundo em mim mesmo
Vejo vulto vagando a esmo
Pelas trevas permanentemente

Esse vulto vejo que era eu
Ainda jovem, problemas menores
Mas que agora sem parte da alma
Já idoso cheio de escleroses

Novo e velho no charco se encontram
Discorrendo em feroz debate
Depois de ver-me duplo em lamaçal
Optei por partir ao combate




Pois a minha jornada é distante.
Pois a minha jornada é tão bela.
Eternos passos em busca da Vida.
Colecionando mais uma ferida.
A cada dia em que busco por Ela.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

vc me fez refletir,...
e a cada conversa com vc aprendo um pouco mais e abro tb mais um pouco meus olhos para o real...
respeito e apoio sua decisão...
mesmo estando triste por sua partida, apoiarei porque sei que é inevitável...

9:47 PM  

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